Por William Araújo
Em pesquisas experimentais, estudos de ciência básica, cientistas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), descobriram mecanismos para apagar a memória do uso de substâncias psicoestimulantes, como a cocaína.
De acordo com Fabrício Moreira, um dos coordenadores do Laboratório de Neuropsicofarmacologia do ICB e do projeto, com estudos desse tipo, várias possibilidades são abertas para que novas pesquisas sejam desenvolvidas na área e tornem uma realidade tátil a criação de fármacos para esse fim.
Conforme o coordenador, o crack, que é a cocaína solidificada com o intuito de ser fumada, é umas das drogas que mais “sequestra o cérebro” do usuário, impossibilitando que reaja sem ajuda externa. A memória criada por essa droga é específica e forte, por isso, existem gatilhos que fazem o usuário lembrar da experiência com o psicoestimulante e retornar para a cena de uso.
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De acordo com o artigo, que foi publicado em agosto deste ano na revista British Pharmacological Society, o estudo age sobre o sistema neural responsável pelas substâncias liberadas antes de algum contentamento. São substâncias que levam ao uso da droga com intenção de conseguir satisfação, por isso, trabalhar nestes endocabinoides é buscar a inibição dessa memória.
Além disso, o estudo procura não fazer a substituição de um vício pelo outro, como já ocorreu com alguns fármacos inibidores de fome, e nem deletar memórias que não foram criadas pela droga.
“As abordagens que estamos investigando aqui, a nossa tentativa, é desenvolver medicamentos que possam tratar o uso de drogas sem que esses medicamentos causem dependências químicas nas pessoas. A próxima etapa da nossa pesquisa é, justamente, investigar a segurança dessas substâncias”, diz Fabrício Moreira.
Veja abaixo o vídeo do pesquisador Fabrício Moreira.