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Fortemente associadas à pobreza, as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) formam um grupo de enfermidades antigas na história do homem. Entre elas, estão a dengue, raiva, hanseníase, doença de chagas, leishmaniose, teníase e neurocisticercose, filariose linfática, esquistossomose e helmintíases transmitidas pelo solo, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma breve descrição desses males.

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Elas atingem, principalmente, locais de contexto socioeconômico não desenvolvido, onde a fome é crônica, insetos são abundantes, as moradias, os hábitos de higiene, o acesso à água potável e o saneamento básico são críticos.

Segundo a OMS, no relatório de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs/2017), aproximadamente de 1,5 bilhão de pessoas no mundo estão infectadas com helmintíases transmitidas pelo solo.

Cerca de 269 milhões de crianças em idade pré-escolar e 572 milhões de crianças em idade escolar vivem em áreas onde os parasitas causadores são intensivamente transmitidos e onde são necessárias intervenções preventivas e de tratamento. (Integrating Neglected Tropical Diseases Into Global Health and Development)

O verme dessa doença, que é chamado Ascaris lumbricoidesa famosa Lombriga -, inicia o ciclo de vida quando o hospedeiro ingere ovos fertilizados presentes no solo, água e alimentos contaminados por fezes também infectadas.

Entretanto, a batalha contra esse parasita tem um importante aliado. Na pesquisa do doutor em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ricardo Toshio Fujiwara, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), é buscado o desenvolvimento de vacinas para o controle de infecções helmínticas por Ascaris suum e Ascaris lumbricoides.

Imagem cedida pelo Doutor Ricardo Fujiwara - Na imagem existe um verme Ascaris
Imagem cedida pelo Doutor Ricardo Fujiwara – Na imagem existe um verme Ascaris

O professor Fujiwara fez pós-doutorado na The George Washington University, tem experiência na área de Parasitologia, com ênfase em Imunoparasitologia, e trabalha há 12 anos com o projeto. A vacina a ser desenvolvida não seria esterilizante, em que o indivíduo poderia se ver pelo resto da vida livre do patógeno, mas teria efeitos imunológicos como todas outras.

E quem pensa que a vacinação seria com a inoculação de um verme, se engana. O Dr. Fujiwara explica que as vacinas contra helmintos teriam a inserção de partes proteicas sintéticas do parasita que induziriam uma resposta imunológica para restringir a morbidade, a alta transmissão e alta carga. A exemplo, partes de uma “lombriga” são reproduzidas sinteticamente nos laboratórios para que sejam usadas no corpo humano e em animais.

Veja mais no vídeo abaixo.

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