Pela segunda vez o Brasil recebe os Clubes de Ciência de Harvard, em Belo Horizonte, MG. Entre os dias 17 e 21 de julho, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sedia o programa, que visa despertar o interesse científico em jovens, por meio de oficinas e mentorias gratuitas oferecidas por pesquisadores de Harvard e de outras universidades de excelência.
Serão cinco oficinas gratuitas para alunos do ensino médio e da graduação. Cada clube terá 20 alunos, nas áreas de ciência e empreendedorismo. Interessados podem se inscrever no site do programa (www.clubesdeciencia.com.br) para concorrer a uma das 100 vagas nas oficinas oferecidas.
Além do Brasil, o projeto é realizado no México, Colômbia, Bolívia e Paraguai. A rotina é sempre intensa: uma semana de trabalho para cumprir um desafio, supervisionado por pesquisadores das universidades.
Os estudantes são estimulados a desenvolver o pensamento crítico, criatividade e colaboração. O projeto pretende motivar futuros cientistas a fazer ciência de ponta no Brasil.
Conheça as oficinas:
A Busca de Vida no Universo
Instrutor: Luan Ghezzi
Quem nunca olhou para um céu estrelado e se perguntou se estamos sozinhos no Universo? Esta questão profunda vem ganhando respostas cada vez mais concretas com os avanços científicos recentes da Astronomia e Biologia.
Neste clube de Astrobiologia, os estudantes irão discutir a definição de vida, descobrir os seus limites e utilizar o
método de trânsito para procurar planetas ao redor de estrelas observadas pela missão Kepler.
Os alunos determinarão algumas das características destes planetas, verificarão se elas favorecem a habitabilidade e realizarão a extração de DNA para analisar as dificuldades envolvidas na detecção de evidências de vida.
Ao final do clube, os estudantes serão capazes de avaliar a probabilidade de encontrarmos vida fora da Terra
em um futuro próximo.
Ciência empreendedora – transformando pesquisa em negócio
Instrutores: Guilherme Rosso e Daniel Pimentel
No clube, os participantes serão desafiados a pensar em como pesquisas podem se transformar em negócios de base científica.
Além da apresentação de casos de sucesso de cientistas empreendedores nacionais e internacionais, discutirão os desafios para vencer o Vale da Morte da Inovação e aprenderemos a utilizar uma ferramenta para diagnosticar o nível de maturidade tecnológica (TRL) e de comercialização (CRL) de um projeto.
Ao final do Clube, os alunos terão que apresentar um modelo de negócio para um produto desenvolvido a partir de uma pesquisa científica.
Combatendo epidemias
Instrutores: David Soeiro e Lidyane Camelo
Nesse clube os alunos irão ser confrontados com casos reais com uso da metodologia científica inerente dos estudos epidemiológicos para discutir como as populações sofreram e enfrentaram diferentes problemas de saúde (das doenças infecciosas aos problemas crônicos de saúde) até os dias atuais.
Para lançar hipóteses, os alunos disporão de perguntas: como se deu a morte de milhares de pessoas por cólera em Londres no século XIX? Como a varíola foi considerada uma doença erradicada? Como doenças ocasionadas pelo vírus Ebola e Zika se tornaram e deixaram de ser consideradas emergências internacionais de saúde pública? O que nos levou ao padrão atual de maior acometimento da população por doenças crônicas?
Entendendo a vida através da genômica
Instrutores: Luiz Eduardo Del Bem e Bruno Souza
Neste clube, os estudantes irão discutir e aprender sobre genômica, a ciência que sequencia e analisa genomas, a totalidade da informação genética das espécies.
Serão abordados os fundamentos bioquímicos e computacionais do sequenciamento de genomas e de análise destes dados. Perguntas: Como sequenciamos e montamos genomas? Que tipo de descobertas revolucionárias na biologia foram e estão sendo feitas com informações genômicas? Quais são as aplicações da genômica na busca por entender questões fundamentais para a ciência como a origem das espécies e o funcionamento das células?
Nanotecnologia para o desenvolvimento de novos medicamentos
Instrutor: Diego dos Santos Ferreira
Nesse clube, os alunos irão discutir as teorias por trás do uso de nanotecnologia na área farmacêutica. Como essa tecnologia pode auxiliar no desenvolvimento de medicamentos que sejam mais eficazes e seguros que as opções atuais? Como garantir que novas moléculas que, originalmente, não poderiam ser utilizadas em nosso
organismo, possam se tornar medicamentos?
Os alunos terão acesso a técnicas de imagens para avaliar os padrões de distribuição de moléculas no organismo através do uso de nanotecnologia e participarão do preparo de uma das partículas mais conhecidas: os lipossomas.
Sobre o Clubes de Ciência
O projeto foi fundado em 2014 por doutorandos mexicanos de Harvard e do MIT, com a missão de expandir o acesso ao ensino de ciências de alta qualidade, inspirar e mentorar as futuras gerações de pesquisadores através de uma rede de colaboração científica.
Em um ano, o CdeC expandiu para a Colômbia e a Bolívia, treinando 4.500 estudantes. Em 2017, como parte de sua expansão, os Clubes de Ciência chegaram ao Brasil, Paraguai e Peru. A expectativa é de incorporar mais cinco países e 40 mil estudantes até 2020.
Acompanhe a página no Facebook: www.facebook.com/ClubesDeCienciaBrasil.
Com informações do CdeC.
Muito interessante