Finit 2017 confirma a paixão dos mineiros pela tecnologia

O engenheiro Leonardo Perdigão gosta de montar e desmontar coisas desde criança, e escolheu a oficina de montagem de brisador oferecida pelo P7 Criativo.

Em pleno feriadão de Finados, era de se esperar que os mineiros de Belo Horizonte estivessem envolvidos em atividades de lazer ao ar livre ou passeios fora da capital. Mas a presença na Finit 2017 superou todas as expectativas!

Famílias, jovens e grupos de amigos encheram os pavilhões do Expominas, lotando estandes e aproveitando as dezenas de atividades da Feira mais Inovadora de Tecnologia da América Latina.

Um destaque da programação do feriado foi a Mini Maker Faire, que ocupou parte da Arena Criativa. Além de conhecer o trabalho dos makers (falamos de alguns deles no Minas Faz Ciência Infantil), quem passou por lá podia se inscrever em oficinas de projetos faça-você-mesmo.

As oficinas, idealizadas por Márcia Andrade do Carmo de Azevedo, foram oferecidas pela P7 Criativo, agência de desenvolvimento sem fins lucrativos que reúne Governo de Minas Gerais, Codemig, Sebrae Minas, Sistema Fiemg, Sedectes e Fundação João Pinheiro. O objetivo é integrar toda a indústria criativa do Estado e fazer dela referência no Brasil e no mundo.

Do ensino médio para os negócios

Outro aspecto interessante da Finit 2017 é a exposição de projetos ainda em fase inicial de desenvolvimento em busca de financiamento.

Os jovens Milton Jr. e Carlos Randow apresentaram seu Bobby, um projeto de alimentador automático para cães com acesso remoto, que pode ser controlado por meio de um aplicativo para celular.

A ideia do Bobby surgiu ainda no ensino médio, enquanto cursavam o IFMG, em Sabará, e participaram da Olimpíada de Inovação dos Institutos de Minas Gerais.

“Ficamos em segundo lugar na Olimpíada e resolvemos levar o projeto adiante. Nosso primeiro protótipo sai por R$1.000,00 porque o custo de produção é de cerca de R$550. O objetivo é conseguir apoio para reduzir este custo e tornar o sistema mais acessível”, explica Milton.

No estande da Mini Maker Faire, os jovens Carlos Randow e Milton Jr. apresentam seu projeto Bobby, de controle remoto de água e comida para animais de estimação

“Ser inventor é ajudar pessoas a melhorar os processos do dia a dia”. Milton Jr, criador do Bobby, alimentador automático para cães.

Tecnologia aliada da acessibilidade

Também do ensino médio, os estudantes Lucas Cefas, Heber Lacerda, Izabella Caroline e João Paulo Alvarenga apresentavam o Sensorial Stick. Esta bengala tecnológica foi idealizada para facilitar a vida de pessoas cegas.

O projeto de robótica conclusão de curso do ensino técnico do Cotemig vai além da programação. “Observamos as dificuldades de pessoas cegas nas ruas de BH e nossa intenção foi ajudar. O protótipo tem sensores que vibram para alerta sobre perigos do caminho, desde buracos até galhos de árvore”, explica Lucas.

Além da bengala inteligente, o grupo desenvolveu um site e um mapa em aplicativo. O app identifica buracos, pontos de ônibus e outras referências dos locais de circulação das pessoas cegas.

Os estudantes esperam conseguir financiamento para produção em larga escala.

Estudantes demonstram o protótipo de bengala inteligente que visa a facilitar a circulação de pessoas cegas pela cidade

Além desses, dezenas de outros grupos de estudantes, makers e empreendedores apresentam seus trabalhos na Finit 2017.

Amanhã (sábado, 4 de novembro) é o último dia! Não deixe de participar. A entrada é gratuita!

Confira a programação em finitmg.com.br.

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Verônica Soares

Jornalista de ciências, professora de comunicação, pesquisadora da divulgação científica.

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