Já pensou em ser um colaborador do meio ambiente e ajudar a cuidar das nascentes de rios?
Alunos e professores a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), unidade Divinópolis, criaram um aplicativo de celular para registros e denúncias sobre nascentes degradadas.
Qualquer pessoa pode baixar gratuitamente o app Olhos D’Água, fotografar e enviar a imagem de uma nascente contaminada ou em risco ambiental. A ferramenta está disponível na versão para Android e, em breve, para IOS.
Por enquanto, o aplicativo serve apenas para denúncias de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A ideia é despertar a atenção da população local para um dos principais problemas ambientais relacionados à falta de água e redução de volume de água dos rios: a degradação de nascentes.
Segundo o professor Adriano Guimarães Parreira, um dos orientadores do projeto, a ferramenta é muito simples porque tem apenas três botões: um para fazer a foto, outro para redigir um texto e o terceiro para enviar. Essa imagem vai diretamente para um banco de dados da Associação Nascentes Bela Vista (ANBV), ONG socioambiental divinopolitana também parceira no desenvolvimento do aplicativo.
Os responsáveis pela ONG podem levar a denúncia ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiente, ao Comitê de Bacias hidrográficas ou para outro órgão público destinado a fiscalização. Assim, o cidadão denunciante continua anônimo e não terá o trabalho de protocolar a denúncia. A pessoa contribui para o meio ambiente, enriquece o banco de dados da ONG e ainda alerta as autoridades públicas sobre uma situação de risco para as nascentes. Tudo isso com poucos cliques no celular.
“A ideia é tornar o cidadão um fiscal do meio ambiente, com uma ferramenta acessível. Os dados já chegam para a ONG com as informações georreferenciadas, o que pode facilitar o mapeamento de áreas degradadas”, explica Adriano Guimarães. Segundo o professor, a população local está usando o app e são registradas denúncias diariamente.
Trabalho na universidade
O aplicativo surgiu em junho de 2016 com uma proposta apresentada por alunos durante a Semana Acadêmica de Biologia, cujo tema era a água. A partir daí, estudantes do curso de Biologia e Engenharia da Computação trabalharam sob a supervisão de três professores desses cursos no desenvolvimento do aplicativo.
Por meio do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NIT), órgão da UEMG responsável pela proteção legal ao conhecimento desenvolvido na universidade, foi possível registrar o app Olhos D’Água no programa pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). De acordo com o professor Adriano Guimarães, há interesse do estado em aumentar a abrangência do aplicativo para outras cidades e regiões de Minas.