Atenção! Sinal amarelo no trânsito requer cuidado. Na saúde, isso é o que a febre amarela tem despertado na população e nos órgãos governamentais. A cada dia, o número de casos e mortes pela doença avança. Minas Gerais é o Estado que tem mais casos notificados da doença. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, até abril deste ano, 173 municípios registraram 1593 casos, sendo que foram confirmados 479 e 165 óbitos.
“Não é uma doença nova. A gente está vendo a história se repetir, mas de uma forma mais complexa”, afirma o pesquisador do Departamento de Parasitologia da UFMG, Marcelo Resende.
Sabe-que que o primeiro relato de epidemia de uma doença semelhante à febre amarela foi em 1648 no manuscrito Maia, em Yucatán, México.
No Brasil, a primeira epidemia conhecida ocorreu em 1685 no Recife, em Pernambuco.
“A vantagem é que, hoje, temos medidas para controle e prevenção, mas ainda assim o número de casos registrados tem crescido. Se a gente tivesse consciência da vacinação isso não ocorreria”, acrescenta Resende.
Controle e prevenção
O controle da febre amarela consiste em alguns componentes: a vigilância de casos humano e do hospedeiro, a vacinação e o controle dos vetores. O recomendado para prevenir-se é que os residente em áreas de risco sejam vacinados a partir dos nove meses de vida e aqueles que viajarem para regiões de risco dentro ou fora do Brasil também. A vacina apresenta eficácia acima de 95% e a proteção persiste por 10 anos ou mais. O Ministério da saúde recomenda revacinação a cada dez anos.
O pesquisador do Departamento de Parasitologia da UFMG, Álvaro Eiras, aponta os fatores de risco para a febre amarela silvestre. Entre eles, o deslocamento de pessoas suscetíveis para área endêmica, abundância de vetores, baixa cobertura vacinal da população e a presença de hospedeiros que funcionam como amplificadores e disseminadores do vírus.
E os macacos? Existe a crença de que eles sejam transmissores do vírus, o que não ocorre. Com o recente surto, os animais correm o risco de serem mortos por falta de informação. Eiras afirma que
“os macacos podem representar um alerta às autoridades quanto à incidência de febre amarela. Esses animais também são vulneráveis ao vírus e a detecção em macacos ajuda na elaboração de ações de prevenção da doença em humanos”, acrescenta o pesquisador.
Diante disso, ressalta-se a importância da vacinação.
Durante o evento Pint Of Science 2017, em Belo Horizonte, Eiras e Resende falaram sobre o tema para o público do bar Santa Praça, no bairro Santa Tereza.
Uma das dúvidas de quem presenciou o evento foi sobre o que deve-se fazer para proteger-se no caso de quem tem alergia ao ovo. Álvaro Eiras ressaltou que quem é alérgico ao ovo e a gelatina não deve se vacinar, pois a preparação é feita em ovos de galinha embrionados e tem gelatina na composição. Nesses casos, a preferência é por proteção pessoal como o uso de repelentes.
Acesse a programação completa do Pint of Science 2017 em http://pintofscience.com.br