Dicas de livros sobre mulheres cientistas


Publicado em 04/05/2017 às 15:03 | Por Verônica Soares

Além da coluna quinzenal do Maurício Guilherme, vez ou outra vamos apresentar aqui dicas de livros e filmes que tratam de temas científicos, de tecnologia ou de inovação. Hoje vamos falar de mulheres cientistas.

A ideia do texto surgiu depois de uma mobilização no Facebook da Minas Faz Ciência (já segue a gente lá?), quando um monte de gente pediu dicas de filme com mulheres na ciência:

 

Aproveitamos para indicar abaixo seis obras inspiradoras sobre mulheres na ciência, baseadas em histórias reais.

“Estrelas além do Tempo”, de Margot Lee Shetterly

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É a história fenomenal das matemáticas negras que levaram o homem para a lua. São elas: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a incipiente indústria aeronáutica americana contratou matemáticas negras para suprir a falta de mão de obra. Elas eram conhecidas como “computadores humanos”.

Após a guerra, continuaram trabalhando para o governo e passaram a fazer parte da NASA, em uma época de segregação racial.

Convivendo diariamente com o racismo e a exclusão, elas ainda garantiram que os Estados Unidos ganhassem a corrida espacial contra a União Soviética.

O livro também foi parar no cinema com as atrizes Taraji P. Henson, Janelle Monáe, e Octavia Spencer.

“A Vida Imortal de Henrietta Lacks”, de Rebecca Skloot

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Em 1951, médicos tomaram uma pequena amostra de tecido com tumor cancerígeno de uma mulher negra chamada Henrietta Lacks. Ela não tinha conhecimento disso, nem deu seu consentimento, e logo depois, veio a falecer.

Um cientista colocou essa amostra em um tubo de ensaio e, desde então, suas células – conhecidas mundialmente como HeLa – permanecem vivas. Elas se tornaram a primeira linha de células humanas imortais já cultivadas.

As células HeLa foram usadas para desenvolver a vacina contra a pólio. Pesquisas sobre HeLa ajudaram a levar à fertilização in vitro, clonagem, pesquisa com células-tronco e mapeamento de genes.

Skloot conta a história dessas incríveis células, da mulher de onde elas vieram, e da colisão entre a ciência e sua família.

“The Glass Universe”, de Dava Sobel

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Ainda sem tradução em português, o livro conta como, em meados do século XIX, o Harvard College Observatory começou a empregar mulheres como calculadoras, ou “computadores humanos”, para interpretar as observações feitas pelos homens através de telescópios.

Como a fotografia transformou a prática da astronomia, as mulheres se voltaram para estudar imagens das estrelas capturadas em placas de vidro fotográfico. A partir de então, fizeram descobertas extraordinárias, que atraíram aclamação mundial.

Mulheres ajudaram a compreender do que as estrelas são feitas. Classificaram estrelas em categorias significativas para pesquisas futuras e encontraram uma maneira de medir distâncias através do espaço pela luz das estrelas.

Elegantemente escrito e enriquecido por trechos de cartas, diários e memórias, The Glass Universe é a história oculta de um grupo de mulheres notáveis ​​que deu contribuições vitais para o campo emergente da astronomia.

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“As cientistas”, de Rachel Ignotofsky

Recentemente traduzido para o português, o livro é recheado de ilustrações encantadoras e destaca as contribuições de cinquenta mulheres notáveis para os campos da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo.

“As cientistas” traz infográficos sobre equipamentos de laboratório, taxas de mulheres que trabalham atualmente em campos da ciência e um glossário científico ilustrado.

Entre as perfiladas, estão figuras bem conhecidas, como a primatologista Jane Goodall e a química Marie Curie, e outras nem tanto, como Katherine Johnson, física e matemática afro-americana que calculou a trajetória da missão Apolo 11 de 1969 à lua.

O livro celebra as realizações das mulheres intrépidas que abriram o caminho para a próxima geração de engenheiras, biólogas, matemáticas, médicas, astronautas, físicas e muito mais.

“Lab Girl”, de Hope Jahren

Também sem tradução para o português, Lab Girl é um livro sobre o trabalho e sobre o amor, e as montanhas que podem ser movidas quando essas duas coisas se unem.

É contada através de notáveis ​​histórias de Jahren: sobre as descobertas que ela fez em seu laboratório, bem como sua luta para chegar lá. Sobre sua infância brincando no laboratório de seu pai, sobre como o trabalho de laboratório se tornou um santuário para seu coração e suas mãos.

A história fala também sobre Bill, o homem brilhante, ferido, que se tornou seu colega fiel e melhor amigo, e sobre suas viagens de campo – às vezes autorizadas, às vezes, não – que as levaram dos Estados Unidos para a Noruega e a Irlanda, dos céus pálidos do Pólo Norte até o Havaí tropical. 

“Headstrong”, de Rachel Swaby

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Mais um em inglês (bom para treinar o idioma!), e que traz uma história curiosa: em 2013, o New York Times publicou um obituário para Yvonne Brill. Começava assim: “Ela fez um estrogonofe de carne bovina, seguiu seu marido de um emprego para outro e ficou oito anos sem trabalho para se dedicar a criar três filhos”.

No segundo parágrafo, os leitores descobriram porque o Times tinha dedicado várias centenas de palavras à sua vida: Brill foi uma cientista de foguetes brilhante, que inventou um sistema de propulsão para manter satélites de comunicações em órbita. Perto de sua morte, ela havia recebido a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação.

O livro oferece histórias poderosas, globais e envolventes, abrangendo as vencedoras do Prêmio Nobel e as principais inovadoras, bem como cientistas menos conhecidas, mas extremamente significativas, que influenciam o desenvolvimento científico até hoje.

Os vibrantes perfis de Rachel Swaby atravessam séculos de pensadoras corajosas e ilustram como as idéias de cada uma se desenvolveram desde seu primeiro momento de engajamento científico. O livro revela a história fascinante de 52 mulheres, e incentiva e inspira as novas gerações de meninas a seguirem seus sonhos de cientistas.

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