O Brasil agora tem um herbário virtual com mais de 2 milhões de espécimes vegetais com acesso público. A coleção de plantas está online, depois de um trabalho de digitalização, iniciado em 2010 e desenvolvido por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O objetivo é que em 2020, o acervo contemple toda a flora brasileira com espécies descritas, ilustradas e identificadas.
A história da catalogação de plantas brasileiras começa com naturalistas estrangeiros que coletaram plantas em nossas terras e enviaram para museus europeus durante os séculos 18, 19 e meados do século 20. A ideia do Programa Reflora é repatriar, por meio de imagens em alta resolução, as amostras que estão no exterior.
A disponibilidade dessas plantas em meio digital auxilia nas pesquisas de botânicos e taxonomistas de todo o país, além de ser uma fonte de pesquisa para interessados em conhecer a diversidade da vegetação nacional. O herbário virtual oferece buscas direcionadas por família, gênero, georreferência, herbário de origem, entre outros classificadores.
Trabalho em conjunto
O Herbário Virtual Reflora é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com 59 parceiros nacionais. A base física do herbário está instalada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que é responsável pelo recebimento das imagens, transcrição e padronização dos dados. Minas Gerais marca presença no projeto com o Herbário da Universidade do Estado de Minas Gerais – Carangola (HUEMG) e Herbarium Uberlandense (HUFU).
Além dos nacionais, existem os parceiros internacionais, que enviam imagens de amostras para catalogação: Royal Botanic Gardens, Kew; Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris; Royal Botanic Garden Edinburgh; Missouri Botanical Garden; The New York Botanical Garden; Swedish Museum of Natural History; Smithsonian Institution e Natural History Museum of Vienna.
O programa Reflora também está integrado com o projeto Flora do Brasil 2020, responsável por construir um dicionário de nomes para novas determinações de vegetais em território nacional. Todos pontos de coletas do herbário virtual são exibidos na plataforma da Flora 2020, melhorando assim o conhecimento sobre a distribuição geográfica dos espécimes.
Catalogação
Toda vez que um botânico vai a campo e coleta amostras de plantas, ele guarda partes do vegetal em uma pasta chamada exsicata. Esta documentação ajuda a estudar os grupos de plantas. No herbário do Jardim Botânico do Rio, por exemplo, há 700 mil exsicatas e chegam novos registros a cada dia.
Para o trabalho de digitalização, as exsicatas são fotografadas em uma estação especial criada para auxiliar no projeto. Depois, são acrescentados dados referentes à espécie em um sistema padronizado. Participam desta tarefa, bolsistas brasileiros que estão em território nacional e também no exterior.
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