O costume das árvores de Natal desenvolveu-se no início da Alemanha moderna, com antecessores que podem ser rastreados até o século 16 e possivelmente 15. A história desta tradição não está ligada ao cristianismo, embora muitos cristãos a tenham abraçado.
A decoração de Natal aquece o comércio de pinheiros naturais no Brasil. Segundo produtores, uma árvore pode custar ao consumidor entre R$ 100 e R$ 500. Entre os brasileiros, a espécie mais vendida é a Pinus tecunumanii, planta robusta e que exige menos cuidados que as convencionais. É possível utilizar a mesma árvore por dois ou três anos, mantendo-a na própria embalagem onde foi plantada. Se for replantada no chão ou embalagem maior, dura ainda mais.
Mas o que é melhor para a natureza, de acordo com cientistas? Árvore natural ou artificial?
Estudo encomendado pela Associação Árvores de Natal, nos Estados Unidos, em 2011, constatou que os impactos das árvores naturais e artificiais são quase semelhantes, com as artificiais sendo ligeiramente piores. A chave aqui é PVC (cloreto de polivinil), um plástico derivado do petróleo. A principal matéria-prima para árvores de Natal artificiais é não renovável, poluente e não pode ser reciclada. Além disso, a produção de PVC resulta na emissão insalubre de uma série de agentes cancerígenos, tais como dioxina, dicloreto de etileno e cloreto de vinilo. Além disso, muitas árvores produzidas na China utilizam chumbo na confecção do arame das folhas.
Outra questão apontada pelo estudo é que a fabricação e transporte das árvores artificias importadas requerem muita energia. É preciso reutilizar a mesma árvore por 20 anos antes que a energia total usada comece a ser compensada.
Naturalmente, cortar muitas árvores pode ser um grande problema, tanto ético quanto ambiental. Mas seria pior do que fabricar uma árvore artificial?
Os produtores de árvores naturais alegam que as árvores artificiais são mais prejudiciais do ponto de vista ambiental do que suas contrapartes naturais, mas grupos comerciais afirmam exatamente o oposto. Então para tirar a dúvida, decidimos pesquisar o que a ciência tem a dizer.
Entre as desvantagens das árvores vivas está a possibilidade de degradação do solo ou de um habitat animal ruim, quando as plantações são manejadas de forma ineficiente. Outra grande desvantagem é que, embora possam ser recicladas ou mantidas em vasos, geralmente as árvores são descartadas após as celebrações. Por esse motivo também, acabam sendo bem mais caras dos que as artificiais, reutilizadas por muitos anos.
Por outro lado, as árvores vivas, quando bem cultivadas, em rotação, muitas vezes fornecem habitat adequado para a vida selvagem. Elas também são neutras em carbono, embora as emissões possam ocorrer por atividades agrícolas e transporte. Outra vantagem é que podem ser mantidas em vaso e reutilizadas por pelo menos mais dois anos.
Conclusão. Qual a melhor?
A verdade é que não é possível dizer qual das duas é a melhor. Se você realmente quer ter um Natal verde, se quer diminuir seu impacto ambiental negativo, o melhor é não comprar nenhuma árvore, nem artificial, nem real e decorar a sua casa de forma criativa, com material reciclável, pois as duas formas têm impactos relevantes.
As árvores artificiais têm um impacto negativo ligeiramente maior, exigindo mais energia, poluindo e até mesmo apresentando potenciais riscos à saúde. Cortar árvores naturais, mesmo que sejam recicladas depois, também não parece o melhor caminho. Isto é o que a ciência diz … a decisão é sua. Escolha responsavelmente!
Saiba mais:
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