Nanotecnologia?! Ouvimos falar sobre novos investimentos e descobertas nessa área de estudos a todo momento. Mas do que se trata exatamente? Como os estudos em nanotecnologia se relacionam com a nossa vida cotidiana?
A origem do nome pode nos dar uma pista.
O prefixo NANO tem origem na palavra grega nanos (que significa “anão”) e se refere à bilionésima parte de uma unidade de medida (x 10–9). Dessa forma, nanotecnologia refere-se aos processos e estudos relacionados a elementos de dimensões nanométricas.
As células animais, por exemplo, têm entre 1 e 100 micrômetros (m x 10-6) de tamanho. No seu interior se dão diversos processos vitais, em escala tão pequena, que só podem ser compreendidos em nanoescalas de medida. “Todos os processos biológicos e físico-químicos que acontecem na natureza se dão por reações que ocorrem na escala molecular, que é a escala do nanometro”, explica o professor do Departamento de Física da UFMG, Ado Jório.
Isso significa que grande parte dos nossos processos vitais se dão em escala nanométrica. “Quando um índio do período pré-colombiano fazia um xá, ele estava realizando uma transformação que acontece nesta escala”, explica o prof. Ado Jório.
Mas o que temos de diferente hoje? Com o avanço das tecnologias e o acesso a aparelhos mais potentes de visualização em escala tão pequena, os cientistas passam a ter controle dos fenômenos em escala nanométrica. “O impacto desta nanotecnologia vai da engenharia a medicina, permeando todas as áreas do conhecimento. Os exemplos mais diários que temos são os computadores, que são feitos por transistores em escala nanométricas, e diversos fármacos, que são formados por moléculas com funções específicas”, explica o professor.
Nanotecnologia e a IoT
Os desenvolvimentos em nanotecnologia são responsáveis pela possibilidade de criação de chips e gadgets cada vez menores e mais “inteligentes”, permitindo a expansão do que chamamos de Internet das Coisas (IoT – Internet of Things).
Entre os tipos de objetos e aplicação da IoT podemos citar edificações e cidades “inteligentes”, serviços de bem estar e assistência médica, ou projetos que se acoplam ao corpo humano – relógios, roupas ou óculos “inteligentes”.
Pesquisas em desenvolvimento
No momento, o professor Ado Jório trabalha em duas pesquisas em nanotecnologia.
A primeira, com aplicação na área médica, pretende desenvolver um mecanismo para a realização de espectroscopia intraocular, com o foco inicial em detecção precoce de Alzheimer. Os resultados parciais já demonstram a viabilidade da medida em animais.
A segunda consiste em desenvolver um sistema que acopla duas técnicas utilizadas em nanociências: a espectroscopia óptica e a microscopia por varredura de sonda. Os pesquisadores já foram capazes de desenvolver um protótipo do sistema que tem por objetivo obter as informações proporcionadas pelas duas técnicas ao mesmo tempo: ou seja, fazer optica em resolução nanométrica.