Dor de cabeça ou enxaqueca?

Enxaqueca é um nome “chique” para dor de cabeça? Não, a enxaqueca é sim um tipo de dor de cabeça, mas nem toda dor de cabeça é uma enxaqueca.

Conversamos com o coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, e Secretário da Sociedade Mineira de Neurologia, Dr. Mauro Jurno, para entender um pouco mais sobre essas dores que estão presentes na rotina de milhares de brasileiros.

Dois tipos de dor de cabeça

De acordo com o pesquisador, as dores de cabeça podem ser divididas em dois grandes grupos: as que são causadas por algum fator e as que não têm motivo aparente.

Dentre as dores desse primeiro grupo, estão aquelas causadas por batidas na cabeça ou que indicam a presença de doenças, tumores, AVC, etc. Por isso, é importante consultar um médico quando qualquer tipo de dor de cabeça estiver incomodando para procurar saber qual a sua causa e como tratá-la.

Após o diagnóstico, pode-se descobrir que a dor de cabeça faz parte do segundo grupo: dores de cabeça sem motivo aparente. Dentre elas estão as dores de cabeça tensionais, as cefaleias e as enxaquecas que, como o próprio nome diz, são causadas por algum tipo de stress ou tensão.

“Para evitar esse tipo de dor é preciso melhorar a qualidade de vida – cuidando da alimentação e fazendo atividades físicas – e organizar seus afazeres diários. Nosso corpo precisa de rotina e quando não mantemos um padrão de sono, por exemplo, ou ficamos muito tempo sem comer, nosso organismo sofre com isso”, explica Mauro Jurno.

Já as enxaquecas e cefaleias são dores de cabeça genéticas que também são acompanhadas por náuseas, fotofobia e fonofobia (intolerância a luz e som) e que atrapalham o desempenho das atividades diárias. Algumas pessoas têm a chamada enxaqueca com aura que leva à uma cegueira parcial e temporária.

“Para tratar a enxaqueca fazemos tratamentos a longo prazo, com uso de medicamentos profiláticos a fim de evitar as crises de dor. Também é importante que os pacientes observem e evitem fatores desencadeadores dessas crises como a ingestão de alguns alimentos por exemplo”, explica Mauro Jurno.

Chocolate, vinho e embutidos costumam desencadear as dores em grande parte dos enxaquecosos.

“A manutenção de uma rotina regrada, com horas de alimentação e sono bem delimitadas também é de grande valia para evitar as dores. Costumo dizer que o enxaquecoso precisa ser uma pessoa metódica. Fugir da rotina é arriscado para quem tem enxaqueca”, conta Mauro Jurno.

Para os momentos de crise, só mesmo os analgésicos para diminuir a dor. “Mas com cuidado e orientação do médico. O abuso de analgésicos pode desenvolver intoxicação e dependência à droga e gerar outros tipos de dor de cabeça”, alerta o pesquisador.

Fazer compressas com água fria, ficar recluso em um quarto silencioso e com as luzes apagadas, também ajuda a aliviar a dor.

Portanto, se você tem sentido dores de cabeça, não hesite: procure um médico. As dores de cabeça, além de atrapalharem nossa vida, podem ser sinais de que algo está errado com nosso corpo.

Saiba mais:

• Sociedade Brasileira de Cefaleia 

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