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A ciência das selfies

Embora o termo “selfie” ainda não tenha sido oficialmente adicionado ao Dicionário Oxford, o ato de tirar fotos próprias – que, aliás, não é novo – invadiu de vez a cultura popular em todo o mundo, graças aos dispositivos móveis com câmeras dianteiras, bastões de selfie e outros apetrechos relacionados.

Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Ciência da Computação, da UFMG, em parceria com a coreana Kaist, estudou o fenômeno e publicou o paper “Dawn of the Selfie Era: The Whos, Wheres, and Hows of Selfies on Instagram, com o objetivo de compreender as selfies em seus contextos culturais e socioeconômicos.

Segundo o estudo, entre 2012 e 2014, a quantidade de imagens auto-identificadas como selfie aumentou em 900 vezes.

Aqui estão algumas das principais conclusões do estudo:

  1. Selfies são uma forma muito eficaz de obter retorno nas mídia sociais, mas seu poder de mobilização parece diminuir com o tempo. Em alguns casos, fotos com tag “selfie” receberam entre 2-3 vezes mais likes do que outros conteúdos. A hashtag é importante. A pesquisa sugere que usá-la resulta em maior engajamento do que uma selfie sem identificação. Porém, o termo selfie já esteve mais popular: em 2012, início da pesquisa, mostrou-se mais em voga do que em 2014, término da análise.
  2. Na amostra coletada, mulheres jovens eram o grupo mais proeminente representado. Entretanto, atualmente, esta tendência tem se dissipado.
  3. Existe um complexo conjunto de relações entre cultura e comportamento selfie. Para analisar estas relações, a equipe usou geotags na identificação do país de origem da imagem. Os resultados foram interessantes. Por exemplo, selfies sul-coreanas eram predominantemente do sexo feminino, enquanto países como Nigéria e Egito apresentaram um viés masculino mais marcante. Os pesquisadores validaram a hipótese de que “as mulheres nos países com maior igualdade de gênero são mais confortáveis ​​na partilha pública de selfies do que em países mais desiguais.”

Embora seja provável que o termo “selfie” permaneça onipresente na cultura global on-line, os pesquisadores sugerem que a  emoção em torno do fenômeno continuará decrescendo.

No entanto, o documento argumenta que selfies “apresentam ainda muitas dimensões não exploradas na pesquisa,” e propõe futuras análises diferenciadas, capazes de explicar os fenômenos atuais de selfies.

Novos estudos podem focar, por exemplo, nas selfies de nicho, como locais perigosos, sobre trilhos e selfies com ursos ou em velórios.

Em busca da selfie perfeita

Já o estudante de graduação de ciência da Computação, da Universidade de Stanford, Andrej Kárpáthy, usou a mineração de dados para tentar descobrir os segredos da selfie perfeita.

Depois de analisar mais de 50 mil fotos com a hashtag #selfie,  Kárpáthy concluiu que as imagens com melhor classificação, foram aquelas nas quais o rosto está inclinado ligeiramente e posicionado no topo central do quadro.

Além disso, a adição de filtros e molduras parece ajudar a impulsionar os likes nos autorretratos.

(Com informações do site TechCrunch)

MFC

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