Museu do Cerrado é espaço de formação e pesquisa em Uberlândia

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. É considerado um hotspot mundial da biodiversidade, mas há décadas vem sofrendo com a degradação e o avanço desenfreado da atividade humana. Por isso, algumas instituições já o consideram o bioma mais ameaçado do país.

Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que o cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica em biodiversidade do mundo e muitas espécies são endêmicas, ou seja, só ocorrem nas regiões de cerrado:

  • Abriga mais de 11.600 espécies de plantas nativas já catalogadas;
  • Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas, e a avifauna compreende cerca de 837 espécies;
  • Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados;
  • O cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Em Minas Gerais, o cerrado localiza-se na porção centro-ocidental, ocupando cerca de 57% da extensão territorial do Estado. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o projeto do Museu de Biodiversidade do Cerrado (MBC) vem contribuindo para maior conscientização da população a respeito desse bioma e a importância de preservá-lo.

O Museu de Biodiversidade do Cerrado

Coordenado pela professora Daniela Franco Carvalho, o museu realiza ações de divulgação científica junto ao público, incluindo atendimento a grupos escolares, professores de todos os níveis de ensino e visitantes espontâneos, que geralmente visitam o museu aos fins de semana.

Foto de Eduardo Kbessa (Mediador)
Foto de Eduardo Kbessa (Mediador)

O MBC conta com uma área expositiva com artefatos permanentes (vitrines com animais taxidermizados, aquário, sala de leitura) e uma área destinada a exposições temporárias. Há uma trilha em um fragmento de mata do Cerrado que pode ser visitada livremente ou com o auxílio de mediadores do museu, e também o “cantinho das abelhas” que é um meliponário de abelhas sem ferrão, como a jataí e a mandaçaia.

Segundo a professora e pesquisadora, as ações que desenvolvem estão pautadas por uma concepção de museu para acesso irrestrito a todos e de artefatos museais que compõem linguagens e narrativas sobre os objetos expostos e conceitos científicos: “O projeto mais questiona e provoca o visitante do que dá respostas”, explica.

Espaço interno do museu em foto de Eduardo Kbessa (Mediador)
Espaço interno do museu em foto de Eduardo Kbessa (Mediador)

“Dentre as ações educativas, temos trabalhado com jogos, dinâmicas, teatro e contação de histórias. Também está em fase de finalização um outro artefato que contará como é a vida de pessoas simples que ainda hoje habitam casas de pau a pique, com hábitos caboclos”.

Desafio na formação de biólogos

Durante o doutorado, Daniela desenvolveu um importante projeto sobre formação de professores em museus de ciências no Brasil. Segundo ela, a formação de biólogos enfrenta grandes desafios: “A formação inicial no campo das Ciências Biológicas é sempre múltipla, tendo em vista a dicotomia entre o bacharelado e a licenciatura. Ao mesmo tempo, há um aumento considerável de pesquisas que buscam compreender a formação de professores e o ensino de ciências e biologia”.

Interessados em saber mais sobre o museu, agendar visitas ou conhecer as pesquisas realizadas pela equipe podem acessar o site www.mbc.ib.ufu.br e seguir o Museu nas redes sociais:

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Verônica Soares

Jornalista de ciências, professora de comunicação, pesquisadora da divulgação científica.

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