A Federação Mundial de Jornalistas Científicos (WFSJ, na sigla em inglês) publicou na última semana um texto assinado por 17 entidades de jornalistas científicos chamando a atenção do mundo para a necessidade urgente de formação de profissionais da comunicação para atuarem na cobertura das áreas de ciência e saúde.
Na carta, a instituição chama a atenção para a grande lacuna a ser preenchida na relação entre cientistas, jornalistas e comunidades, e aponta para erros e má conduta na comunicação que têm contribuído para a desinformação e a apreensão do público sobre o o surto de ebola.
A disseminação de informações equivocadas sobre a doença, suas formas de tratamento e possíveis curas têm, segundo a entidade, “semeado confusão” entre cientistas e jornalistas em todo o mundo. Posicionamentos equivocados da mídia vão contra os esforços das autoridades dos países do Oeste Africano, que trabalham pelo aumento da vigilância epidemiológica e lutam contra as informações falsas que ainda são disseminadas em diversas comunidades, aumentando o risco de propagação da doença.
A carta é um alerta para o poder da informação que, em tempos de recursos on-line e mídias sociais, disseminam-se com tanta rapidez que, muitas vezes, é difícil identificar a veracidade dos fatos antes que tenham se espalhado. Nesse sentido, a WFSJ aponta para a importância dos jornalistas especializados em ciência, que possam tratar os fatos com profundidade e responsabilidade. É preciso tirar proveito da rapidez das mídias sociais digitais para fornecer notícias verdadeiras, confiáveis e eficazes.
O jornalista científico profissional combina as competências de investigação, a compreensão do método científico e história da ciência, com um faro para a verdade. É para o benefício da sociedade como um todo que a comunidade de jornalistas científicos deve ser forte, capaz de criticar e interpretar a informação de modo a ser útil na formulação de políticas e na vida cotidiana.
A entidade faz um apelo final para que governos e organizações reconheçam o valor de jornalistas de ciência e seu papel crítico na saúde pública para que, diante de casos como o surto do ebola, haja comunicadores qualificados, capazes de interpretar as informações para o grande público.
Confira aqui o texto na íntegra, em inglês e em francês.