Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Além de ser uma das formas de expressão humana, como a que aparece explorada por Paulo Leminski em “Razão de ser”, a poesia, segundo a ciência, pode ajudar mais do que livros de autoajuda, porque estimula a mente. Cerca de 30 voluntários tiveram a atividade cerebral monitorada ao lerem trechos de clássicos literários e, em seguida, as mesmas passagens foram transpassadas para uma linguagem familiar.
Especialistas em ciência, psicologia e literatura da Universidade de Liverpool constataram que essa parte do cérebro observada dispara quando o leitor se depara com expressões e palavras incomuns e, também, frases com entendimento mais complexo. O que não acontece quando o trecho lido está num vocabulário mais acessível.
Para o estudo, foram usados autores de obras clássicas, como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin. Os estímulos sentidos pelos leitores se mantiveram durante um determinado tempo, fazendo com que a atenção na leitura fosse potencializada. Isso porque a poesia afeta o lado direito do cérebro, que é o lugar onde são armazenadas as memórias autobiográficas.
É dessa forma que esse tipo de leitura ajuda a refletir sobre as lembranças provocadas e a entendê-las por meio de novas perspectivas. Pesquisadores afirmam que a poesia auxilia esse entendimento devido a descrição profunda acerca de experiências aliada a elementos emocionais e biográficos.