Psicologia explica o sucesso do Candy Crush

Passar horas e horas tentando juntar doces da mesma cor em um tabuleiro, na vertical ou na horizontal, passando por diversos obstáculos ao longo de 400 níveis diferentes. Essa é a missão supostamente fácil proposta pelo jogo mais popular do mundo nas plataformas Facebook, iOS e Android. O Candy Crush Saga é jogado mais de 600 milhões de vezes por dia e foi desenvolvido e lançado no final de 2012 pela empresa King. Ele gera algo em torno de 600 mil dólares por dia, porque jogadores podem comprar algumas ajudas para passar nas fases mais difíceis.

Professores do curso de psicologia e ciências cognitivas, da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, explicam que mesmo parecendo simples, o jogo é feito com características diferentes para estimular o vício dos jogadores e está relacionado ao fenômeno psicológico conhecido como efeito Zeigarnik. O psicólogo russo Bluma Zeigarnik descobriu que os garçons costumam memorizar os pedidos dos clientes somente até a hora em que todos os produtos chegam à mesa. É como se a tarefa incompleta ficasse presa na memória até ser concluída. Porém quando os produtos pedidos já estão servidos, os garçons, automaticamente, se esquecem do que foi pedido.

Da mesma forma que os garçons, jogadores do Candy Crush sentem urgência em resolver o problema. O jogo também dá cinco vidas por nível e se elas acabam, é preciso esperar 30 minutos para voltar a jogar. Ou seja, mais meia hora sem o problema ser resolvido. Isso reforça a ideia de que você tem que jogar diariamente para não perder tempo e oferece ao jogador também a possibilidade de usar as outras plataformas para conseguir novas vidas instantaneamente.

Por ser um jogo que está conectado em diferentes plataformas, muitos jogadores se defendem argumentando que o Candy Crush nunca te deixa sozinho. Além disso, é possível compartilhar resultados, ferramentas e vidas no Facebook, podendo comparar os resultados entre o seu progresso e o de seus amigos na rede social.

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