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Capuchinha compõe o banco de hortaliça da Fazenda Experimental da EPAMIG em Prudente de Morais Foto: Erasmo Reis / EPAMIG

Biscoito de araruta, fígado ao molho de vinho com purê de batatas com azedinhas, carne com cará-do-ar ou o popular frango com ora-pró-nobis. Além de serem fáceis de preparar e conterem alto valor nutricional, o ponto em comum entre esses pratos são as hortaliças não convencionais, conhecidas também como tradicionais, que estão, gradativamente, desaparecendo da mesa brasileira. Essa diminuição é um reflexo na mudança cultural que a sociedade vem sofrendo ao longo dos anos, resultando na alteração do consumo dos alimentos. Atualmente, é possível perceber, por exemplo, uma pré-disposição para uma alimentação mais industrializada ou uma busca por outros tipos de hortaliças mais comuns.

As hortaliças não convencionais fazem parte de determinadas regiões do país, influenciando a alimentação de uma população tradicional e são cultivadas, em sua maioria, por agricultores familiares, que buscam preservar e repassar o conhecimento sobre a forma de plantação e consumo. Pensando em resgatar essas características culturais e o cultivo de alimentos regionais, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) estão desenvolvendo pesquisas e transferência de tecnologias na área.

O projeto Avaliação de sistemas orgânicos no cultivo de hortaliças não convencionais tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e está em andamento na Fazenda Experimental Santa Rita, em Prudente de Morais, Região Centro-Oeste de Minas Gerais. A pesquisa pretende avaliar o sistema orgânico de cultivo sem agrotóxicos, visando à produção de tecnologias para essas espécies. Ela incentiva, ainda, a plantação de hortaliças, por meio de práticas ecologicamente mais equilibradas, a fim de promover a sustentabilidade social, ambiental e econômica.

Dentro do projeto foi criado o Bancos Comunitários de Multiplicação e Conservação de Hortaliças Não Convencionais, que consiste na instalação de 28 bancos de diferentes espécies em comunidades e Fazendas Experimentais da EPAMIG, localizadas em São João del-Rei, Prudente de Morais e Oratórios, onde podem ser encontradas várias mudas e sementes. O programa pretende cultivar e multiplicar as hortaliças e, para colocar em prática, já foram distribuídas algumas espécies para produtores familiares, com intuito de diversificar a produção.

Dentre as hortaliças não convencionais mais conhecidas estão a taioba, a araruta, a azedinha, o almeirão-de-árvore, o feijão mangalô, o maxixe, o caruru, o quiabo e o ora-pro-nóbis. Em Belo Horizonte, é possível encontrar hortaliças tradicionais em mercados e feiras. Dentre os lugares que dispõem de várias espécies estão o Mercado Central, o Mercado Novo e a Feira dos Produtores.

O trabalho de resgate das hortaliças tradicionais busca evitar a extinção e também contribuir para a manutenção da cultura e identidade de um povo, tendo em vista a importância desses alimentos para a valorização do patrimônio sociocultural brasileiro. Além disso, se preservadas, o cultivo de hortaliças colabora para a riqueza de uma dieta, bons hábitos alimentares e melhoria na renda das comunidades produtoras.

Como cultivar sua própria horta

Cultivar hortaliças em casa já não é prioridade mais de quem tem espaço amplo em casa. Hoje, é possível montar um canteiro na varanda ou no jardim de casa, além de terem pequenos vasos, jardineiras ou hortas verticais como opções também. Assim, a variação no cardápio aumenta e, consequentemente, melhora a qualidade da alimentação. A coordenadora do projeto, Marinalva Pedrosa Woods, dá dicas sobre o cultivo da azedinha, uma planta conhecida pelo sabor característico, na qual suas folhas são consumidas na forma de saladas, mas podem ser usadas na composição de ensopados e recheados.

1 – A planta deve ficar exposta ao sol, pelo menos, uma parte do dia;

2 – O plantio em canteiros é feito por meio de mudas provenientes da divisão de touceiras. Elas atingem cerca de 20cm de altura;

3 – Plantar em espaçamento de 25cm entre plantas;

4 – Para o plantio, incorporar ao solo esterco de gado;

5 – Molhar dia sim, dia não, Nos períodos mais quentes, molhar todos os dias sem encharcar o solo.

Colheita: 50 a 60 dias após o plantio, quando as folhas atingem de 10 a 20cm de comprimento.

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